O XI Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciárias Eleitorais (CODEJE) foi aberto, oficialmente, na noite desta quinta-feira (7/6), no plenário do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Num evento prestigiado, repleto de autoridades da área jurídica de todo o País, as doutrinas, julgamentos e legislação deram espaço a declarações emocionadas, homenagens e reflexões para o futuro.
Ambiente
O evento começou por volta das 19h30. O auditório do pleno, comumente ocupado por magistrados e advogados, ganhou uma atmosfera jovem e festiva. Trinta e cinco meninos e meninas com flautas, violões, violoncelos e, principalmente, violinos esperavam ansiosos o momento de se apresentar. Eram os pequenos músicos da Orquestra do Maestro Bitonho, de Caruaru, Agreste pernambucano. Após o garoto Vini do Acordeon tocar o Hino Nacional em seu instrumento, a orquestra brindou a plateia com diversos clássicos regionais e internacionais. De Luiz Gonzaga a Frank Sinatra.
De uma certa forma, a abertura do XI CODEJE lembrou muito as edições do Eleitor do Futuro, programa criado pelo TSE e que em Pernambuco se tornou uma referência. Música intercalada com discursos. Defesa da democracia e fé em dias melhores. Fazendo menção ao Eleitor do Futuro pernambucano, o presidente do TRE-PE, Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, apresentou aos seus colegas de mesa o jovem Rafael Cavalcante, autor da música "Qual o Brasil que você quer?". O talento de Rafael, morador de Palmares, Zona da Mata do Estado, foi descoberto pelo servidor Eduardo Japiassu, ator, cantor e coordenador da EJE-PE.
O desembargador Luiz Carlos Figueirêdo explicou resumidamente a lógica do Eleitor do Futuro de Pernambuco: "Trabalhamos com o conceito de superação. Mostramos histórias edificantes para inspirar nossos jovens de maneira que eles tenham referências e possam mudar este País. Prestem atenção à letra desta música e vejam que está aí tudo o que o Brasil precisa para ser transformado pelos jovens", disse.
E Rafael Cavalcante, observado por olhos atentos de ministros, desembargadores, juízes e advogados, começou a entoar seus versos. Para ouvir a música clique aqui.
A cerimônia seguiu com o presidente do CODEJE e diretor da EJE do Espírito Santo, Aldary Nunes Junior, fazendo um belo discurso em que enalteceu as Escolas, pediu apoio ao TSE e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suas atividades e, cordial, destacou a história de Pernambuco. "O CODEJE foi criado aqui no Recife em 2013, e, desde então, tem ajudado a fortalecer a visão da Justiça Eleitoral, propondo sempre novas práticas de cidadania", disse, lembrando depois uma ligação histórica entre Pernambuco e Espírito Santo: Domingos José Martins (1781-1817), um dos líderes e mártires da Revolução Pernambucana de 1817.
Depois do discurso, o desembargador Aldary Nunes Junior e seu colega Delmiro Campos, diretor da EJE de Pernambuco e grande idealizador da realização do XI CODEJE no Recife, entregaram os diplomas que homenagearam diversas personalidades. São pessoas que vêm contribuindo com serviços em prol da cidadania e do conhecimento.
Diplomas
Receberam o Diploma do Mérito Acadêmico da EJE do TRE-PE:
Discursos
Durante as homenagens, uma cena chamou a atenção de todos. Ao receber seu diploma, Eduardo Japiassú o dedicou a sua mãe, a artista plástica Nadja Japiassú que, emocionada, não conteve as lágrimas. O desembargador Aldary Nunes Junior foi à plateia e a buscou carinhosamente. Muitos, a exemplo de dona Nadja, também choraram com a homenagem feita pelo filho.
Após a entrega dos diplomas, o vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, foi à tribuna. Elogiou a atuação das Escolas Judiciárias Eleitorais como formadoras de um pensamento cidadão, fez uma homenagem aos advogados brasileiros e citou os juristas pernambucanos Lourival Vilanova, Luiz Pinto Ferreira e Nelson Saldanha. Descontraído, o ministro ainda brincou, traçando paralelos entre Pernambuco e sua Alagoas. Para finalizar, também fez menção a artistas como Alceu Valença e Naná Vasconcelos.
Coube ao ministro do TSE Tarcísio Vieira de Carvalho Neto fazer o encerramento do encontro. Ora lendo seu discurso, ora falando de improviso, o ministro se disse emocionado de estar ali e revelou que, durante alguns momentos daquele evento, sentiu os olhos úmidos. O ministro revelou que, ouvindo o jovem Rafael cantar, lembrou-se de sua juventude e dos livros que lia. Livros que, certamente, contribuíram para a formação de sua personalidade.
"Durante esta noite, vi muitos se emocionarem, vi lágrimas em vários rostos. Essas lágrimas são mais importantes do que qualquer discurso teórico. A chave revolucionária para a transformação são esses pequenos gestos de inteligência e caráter. E as EJEs têm esse papel, o papel de construir um ambiente transformador", encerrou o ministro, muito aplaudido por todos.
A abertura solene do XI CODEJE mostrou que, a menos de quatro meses de uma das eleições mais imprevisíveis da história, o ritmo acelerado da Justiça Eleitoral para garantir um pleito tranquilo e equilibrado não impede as necessárias discussões sobre a formação política e cidadã dos atuais e futuros eleitores.
Fonte: TRE-PE
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