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Estudantes vivenciam política e cidadania em minicidade cooperativista

01.08.2011 às 14:48

Uma experiência político-pedagógica inédita no restante do Brasil é desenvolvida em Concórdia: a Minicidade Cooperativista. Criado pela Cooperativa Educacional Magna – Cólegio CEM, o espaço imita o funcionamento da vida em sociedade, com eleições democráticas para escolha das autoridades municipais que administram a minicidade. Todos os demais alunos são cidadãos que participam das decisões e aprendem, desde cedo, que é preciso trabalhar para ganhar dinheiro.

Diversos conteúdos pedagógicos, como noções de matemática, política e cidadania, meio ambiente e segurança no trânsito são exercitados na minicidade, em um espaço físico de 600 metros quadrados, com seis casas construídas, dentre as quais prefeitura, banco, biblioteca e supermercado. As autoridades municipais – prefeito, vice e quatro vereadores – são eleitas anualmente, com o voto de todos os alunos da escola e dos professores.

A minicidade tem até um dinheiro próprio, conforme explica a presidente da Cooperativa Magna, Elisete Alves Pelegrini. A primeira prefeita instituiu um imposto, que prevê o recolhimento de 75 latinhas de alumínio por turma, todos os meses. Cumprindo a tarefa, cada criança ganha um crédito de R$ 10 na sua conta corrente cooperada. Com esse dinheiro (fictício) os cidadãos participam das atividades promovidas na minicidade, tais como sessões de filme ou compras no supermercado. Essa prática ensina, conforme a presidente, a educação financeira de acordo com os princípios do cooperativismo, que enfatiza a importância de poupar e de cooperar para alcançar resultados.

O dinheiro obtido pela escola com a venda das latinhas vai para uma conta real para ser aplicado na minicidade, de acordo com os projetos dos vereadores, prefeito e vice, que trabalham em conjunto. “Eles gestionam o dinheiro para fazer as melhorias necessárias”, explica Elisete. O prefeito-mirim Raziel Chiarello Furtado (10 anos) e sua vice, Amanda Cechin Vagistão (9 anos), tomaram posse no mês de maio, em uma cerimônia que eles consideraram emocionante, com direito a juramento e transmissão de faixa. “No ano passado eu fui vereador. Este ano eu queria ser prefeito”, diz o quarto administrador da história da minicidade, que representa o Partido Cooperativista Magna (PCM). Ele concorreu com Amanda, do Partido da Cooperação (PC), que obteve o segundo lugar e ficou com o cargo de vice.

As propostas de campanha dos candidatos a prefeito e dos vereadores transformam-se em projetos, deliberados em conjunto. A vereadora Sophia Taube Ribeiro (9 anos) apresentou uma proposta chamada Semana Livre, que será parcialmente acatada pela administração e transformada no Dia Livre, na semana das crianças, em outubro. Nesse dia, os alunos ganharão dispensa do uniforme e lanche livre (fora do cardápio).

Na opinião da coordenadora da minicidade e professora de cooperativismo, Cláudia Chiarello, “a experiência possibilita que os alunos aprendam a organizar seus projetos e a ter responsabilidade quando assumem compromissos”. Ao resolver os problemas que surgem no dia-a-dia da minicidade, a escola trabalha questões de cidadania.

Fonte: ALESC