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Ao final do cadastro de eleitores, Justiça Eleitoral testa uso de urnas biométricas

01.04.2008 às 17:35

A Justiça Eleitoral aproveitou os últimos dias de cadastramento dos eleitores para testar o novo sistema de votação por meio de urnas biométricas que será utilizado em três cidades nas eleições municipais deste ano. Em Fátima do Sul, interior do Mato Grosso do Sul, logo após terem retirado seus novos títulos, parte dos eleitores foram convidados a experimentar o processo de liberação das urnas para o voto. Bastava passar o dedo sobre um aparelho acoplado à urna para que o eleitor visse sua foto e nome na urna, confirmando a eficiência do cadastro biométrico.

De acordo com o representante da Direção Geral e coordenador de logística do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rafael Azevedo, a experiência piloto de cadastramento biométrico foi um sucesso, sem registro de problemas operacionais graves ou incontornáveis. "De certo modo foi uma surpresa, pois o comportamento do eleitor, que compareceu em peso desde os primeiros dias, foi excelente. E as máquinas também não desapontaram", assinalou, citando os "kits-bio", conjunto de scanner, computador e mini-estúdio fotográfico utilizado na captação dos dados dos eleitores: dados pessoais, foto e, em praticamente todos os casos, digitais dos dez dedos das mãos.

Essa combinação de eficiência das máquinas com mobilização do eleitorado levou à quebra de um paradigma na área de atendimento que diz que 80% dos participantes deixam para se cadastrar nos 20% do tempo restante do processo. "Se isso ocorresse poderíamos não ter "kit-bio" suficiente para atender, em um tempo tão curto, uma demanda muito grande", afirmou. De acordo com Rafael Azevedo, a Justiça Eleitoral não detectou nenhuma tentativa de fraude durante o cadastramento.

O coordenador citou algumas das diferentes variáveis que poderiam afetar a qualidade da captação das digitais de cada eleitor tais como o tipo de trabalho que ele desenvolve, sua idade, a ocorrência de problemas de saúde como a sudorese (excesso de suor) nas mãos, dentre outros. Para lidar com esses pequenos percalços bastaram soluções simples como pedir ao eleitor que passasse os dedos na testa, usasse papel-toalha, lavasse as mãos. Em cada caso o objetivo era dar a maior definição possível para a imagem das digitais.

No teste conduzido na urna biométrica, embrionário e ainda sem parâmetros definitivos e controlados, os resultados das urnas puderam ser considerados satisfatórios. Os eleitores que testaram o equipamento confirmaram seu cadastramento por meio de cada um dos dedos das mãos. Em um caso apenas, o sistema teve dificuldade de reconhecer a eleitora devido ao fato da imagem da digital obtida apresentar pouco detalhe por causa da digital bastante apagada de uma dona de casa, ocasionada possivelmente por excesso de uso de produtos químicos.

Uma das que testou a urna biométrica foi a secretária Edimara Pereira dos Santos, 20 anos. Depois de confirmar seu cadastrado a cada toque na urna ele não escondeu o entusiasmo com o novo sistema. "Já haviam me contado que com essa urna ninguém vai poder votar no meu lugar. Eu posso dizer que votar ficou mais seguro e bem mais interessante", afirmou, acrescentando que essa será a segunda vez que vai votar.