O jurista Mauro Prezotto iniciou seu discurso com uma severa crítica à realidade política brasileira: "Precisamos de uma mudança de caráter!" Com base nesse pensamento, afirmou que não há solução mágica para a questão do financiamento de campanha, já que reside na índole de quem participa das disputas pelo poder.
Segundo ele, a discussão a respeito da possibilidade de financiamento público não pode se restringir à questão da corrupção. "O ponto de partida para este debate está no artigo 1º da Constituição, que afirma que vivemos numa República democrática e temos que obedecer ao Princípio da Igualdade." Em seguida, criticou o fato de o povo não exercer seu poder por meio de seus representantes, pois no processo de escolha, o que conta é o interesse de grupos, ora econômicos, ora religiosos ou sindicais.
Destacou o problema do custo exorbitante das campanhas eleitorais, que são bancados por grandes empreiteiras, bancos ou indiretamente por concessionárias do serviço público. "Do jeito que acontece, se o sujeito for eleito, a quem servirá? A quem votou nele ou a quem o financiou?". Por esse motivo, na sua opinião, é impossível conciliar o interesse do povo com o financiamento privado. "Quem está no topo da pirâmide arrecadatória conquista o mandato! Portanto, só acabaremos com a corrupção quando dermos guarida ao Princípio da Igualdade." (RQ/VNM/DF)
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