Os três municípios escolhidos para inaugurar no Brasil o sistema de votação biométrica, em que os eleitores são identificados por suas impressões digitais, já estão com praticamente tudo pronto para o pleito do dia 5 de outubro. Desde o início do ano, São João Batista, em Santa Catarina, Colorado D´Oeste, em Rondônia, e Fátima do Sul, no Mato Grosso do Sul, se preparam para esse momento.

Ao passarem por uma revisão do eleitorado, a população desses municípios foi cadastrada com o apoio de técnicos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, responsáveis por colher as impressões digitais dos eleitores, os primeiros a integrar o cadastro biométrico que deverá ser implementado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em todo o País nos próximos dez anos.

Os três municípios foram escolhidos para integrar o projeto-piloto do Tribunal por atenderem aos requisitos para sua implementação. Todos têm em média 15 mil eleitores, teriam de passar por um processo de revisão do eleitorado e ficam em diferentes regiões do Brasil.

O chefe do cartório do município de São João Batista, Ayrton Moraes Teixeira, informa que as urnas biométricas estão prontas para serem utilizadas e todos os 192 mesários que trabalharão nas eleições já foram treinados. Muitos deles participaram do pleito simulado, realizado na cidade em julho. Maior pólo calçadista de Santa Catarina, São João Batista conta com 16 mil eleitores cadastrados biometricamente. Eles votarão em uma das 48 seções eleitorais da cidade, a maioria localizada em escolas.

Em Colorado D`Oeste, no extremo sul de Rondônia, há 12.263 eleitores cadastrados, a maioria da zona rural, e 37 seções eleitorais. Lá, parte dos mesários também trabalharam na eleição simulada em junho. Fátima do Sul, com 13.800 eleitores cadastrados biometricamente, conta com 52 seções eleitorais. Cerca de 30% do eleitorado do município vive na zona rural, 20% trabalha na agricultura, principalmente em plantações de soja e milho, e 10% é da área da construção civil.

Nos três municípios, os chefes de cartórios acreditam que o sistema de identificação por meio da impressão digital deverá aumentar o tempo de votação de cada eleitor, especialmente daqueles que trabalham na zona rural, mas nada que altere substancialmente o horário já previsto para o fim das eleições, às 17h. 

O ganho em segurança foi o mais ressaltado por todos. Segundo Moacir Ribeiro da Silva Junior, que comanda o cartório de Colorado D`Oeste, “agora é impossível alguém votar por outro [eleitor]”. Ayrton Moraes Teixeira também frisou que o projeto de cadastramento biométrico pretende alcançar todos os brasileiros, unificando o sistema de identificação da população do país. “Além de se ganhar muito em segurança, o cadastro biométrico tende a virar um projeto de todos os órgãos federais e estaduais de identificação única”, lembra. 

Fonte:TSE