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Em Santa Catarina, "Kit Bio" para cadastramento biométrico dos eleitores passa no teste inicial

03.03.2008 às 18:46

Embora dispensado de votar, o caminhoneiro aposentado Eny Silva (foto), de 70 anos, foi o primeiro eleitor a se cadastrar, nesta segunda-feira, na eleição biométrica de São João Batista, uma das três cidades brasileiras escolhidas para testar o mais moderno e seguro cadastro eleitoral existente. Assim como ele, estudantes, comerciários, donas de casa e funcionários públicos acorreram ao Centro de Cadastramento de Eleitores montado pela Justiça Eleitoral.

A novidade tecnológica surpreendeu os eleitores pela eficiência e agilidade no atendimento. Praticamente a cada minuto, um eleitor saía com o título de eleitor na mão do local, um galpão de 2,4 mil metros quadrados que abriga a feira de negócios da cidade, importante pólo calçadista da Região Sul.

A costureira de calçados Nadir de Souza Sagas, de 52 anos, disse que não esperava um procedimento tão rápido e tanto equipamento eletrônico. "A gente fica com a certeza de que as eleições serão mais tranqüilas e mais rápidas", acrescentou.

Para os organizadores, os resultados das primeiras horas de trabalho mostraram a eficácia do "Kit Bio" - o conjunto de equipamentos para captação das digitais, fotos e dados dos eleitores.

Segundo Airton de Mendonça Teixeira, chefe do Cartório Eleitoral, não houve nenhum tipo de problema que levasse a paralisar os trabalhos, mesmo que momentaneamente.

Para obter seu novo título ou mesmo se cadastrar pela primeira vez, o eleitor demorou cerca de 10 minutos, passando pela triagem inicial, obtenção de senha, captura de digitais, fotografia, atualização ou inserção de dados no cadastro nacional e expedição do título de eleitor.

A adolescente Geane Cristina Sartori, de 16 anos, aproveitou a campanha para revisão do eleitorado para tirar seu título e votar pela primeira vez nas eleições deste ano. "Eu quero ajudar a escolher os políticos que são eleitos, pois acho que eles podem mudar o lugar onde eu moro e todo o Brasil.", afirmou, acrescentando que ficou ainda mais motivada com o fato das eleições em sua cidade contar com a nova tecnologia de identificação.

Motivação

O juiz da 53ª Zona Eleitoral Rafael Rabaldo Botton destacou que houve, de fato, um interesse maior da população em comparecer por causa do cadastro biométrico. No final do ano passado, o juiz acompanhou a revisão eleitoral no município vizinho de Nova Trento, quando no início do processo apenas 30 eleitores compareceram no primeiro dia e 20 no segundo. Ontem, em Sâo João Batista, foram atendidos 50 eleitores por hora, em média. "Não temos dúvida do êxito de todo esse processo e é possível até que haja um aumento no número de eleitores transferidos, já que a cidade tem uma população de trabalhadores expressiva que vota em outras zonas eleitores", afirmou.

Para Laura da Silva e o marido, Eumir Silva, que chegaram cedo para se recadastrar, a urna biométrica vai acabar de vez com os boatos que ouvem em todas as eleições sobre um eleitor votar no lugar do outro. Primeira mulher a se recadastrar, a dona-de-casa de 68 anos considera as urnas eletrônicas uma das melhores conquistas dos eleitores da cidade. "Agora vou ficar ainda mais segura com os resultados das eleições", afirmou.

Campanha

Uma estratégia de divulgação cuidadosa mobilizou o eleitorado de São João Batista. Uma série de entrevistas e reportagens, além de inserções em rádios locais e nas redes de televisão de Santa Catarina avisaram a população sobre o cadastro biométrico.

Além disso, panfletos foram distribuídos nas residência de porta em porta e a quem passava pela principal avenida do centro da cidade. A panfletagem ocorreu também nas filas das agências bancárias durante toda a segunda-feira, período de pagamento de salários e pensões. O comércio, escolas e repartições públicas também afixaram cartazes sobre a campanha para avisar a população.

Para o caminhoneiro Eny Silva, o primeiro cadastrado pelo sistema biométrico na cidade, não havia como não atender ao chamado da Justiça Eleitoral. Isso, segundo ele, por uma razão muito simples: "Nunca deixei de votar e vou votar até o fim da vida. Vim cedo porque não gosto de esperar por ninguém, nem que ninguém espere por mim", afirmou. (MG/AM0)